"Se você me escutasse..."

Pressentimento. Posso dizer que em certos momentos da minha vida já me deparei com alguns... Como aquele dia que você precisa sair para fazer algo, mas sente que deveria ficar quietinho na sua casa. E no dia seguinte fica sabendo que o trem havia parado e tumultuado tudo, que o seu professor (a) tinha faltado, o maior temporal caído...

Talvez (provavelmente) seja sorte ou mera coincidência. Mas uma que acredito com todas as forças não ser e a qual não terei respostas para dizer como pode ser possível, são todos os pressentimentos de mãe.

Quando eu era mais nova, queria passar a maior parte do dia brincado no condomínio. Futebol, corrida, esconde-esconde... Não importava qual fosse o jogo, eu tava sempre no meio! Até que um dia – jogando basquete – minha mãe pediu para eu subir. “Ahhh mãe, mas acabamos de começar, eu já vou!”. Ela pediu três vezes e eu não arredei o pé. Estava tão divertido...

Até que ela deixou que eu ficasse mais cinco minutos. Mas não precisei nem de dois. Juro, assim que ela subiu não deu dez segundos e lá estava eu, chorando, depois de pegar a bola de mal jeito (aquela de basquete cinza, que parece mais um tijolo!) e quebrar o dedo. Resultado: “O que foi que eu te falei Nicole?”, enquanto o médico enfaixava “minha arte”. E assim foi com o pescoço torcido, o joelho ralado (...).

Ou nas vezes que eu estava certa que tinha um amigo totalmente confiável e que era gente boa... Mas ela não via desse jeito. E no final, descobri que as pessoas nem eram tão legais assim. E nem tão amigas (os).

E as tantas outras que fiquei brava, porque em algumas ideias ela sempre era contra, como quando eu e minha amiga queríamos descer a rampa com uma cadeira de rodinhas, dormir em uma barraca no meio da garagem ou desejava ir viajar com elas, quando na verdade eu mal sabia cuidar de mim sozinha...

Quando relembro de tudo, só consigo ver que ela tinha razão em grande parte das vezes e que se eu tivesse seguido todos os seus conselhos, teria me poupado de muitas coisas.

Por isso hoje, quando ela sente que eu não deveria fazer algo, penso duas vezes! Porque você já sabe, quando mãe fala... <3

Com (muito) amor, Filha da Márcia.